Vejo nas pessoas á minha volta um sofrer sem igual, um desejo frenetico de ter. De ser o que se almeja, de ter o que não se pode. As pessoas sugam a alma dos outros em busca de paz que não lhes pertence. Quebram barreiras, alimentam monstros de ciume e de desdem. Querem ter o que os outros são com a facilidade com que o sentem. Assim não. Assim ninguém consegue olhar no espelho e ver o que realmente ele comtempla. A alma daquilo que é nosso, o nosso que no fundo pode ser e só é o que somos e não o que os outros são em nós. Eu sou eu, amiga, e tu não és eu.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Procuro em cada suspiro a razão do ar que respiro, encontro-me nas colinas e no vento. E se ar fosse seria eterna, como a nuvém que caminha. se agua fosse, seria fresca e leve, que o amargo do pó angustia . Seria o que fosse ainda que não saiba seria só, e para mim já chega.
Ando por vielas escuras. Parece que vivo num labirinto, onde não vejo a saida. Neste labirinto não encontro o descanso, e procuro sem cessar, mas encontro sem procurar.
Parei. Sentei-me aqui a ouvir o som da água que castiga o chão. Doi-me alguma coisa, sinto-me presa no som. Parei só e quieta como se estivessa amarrada. Afinal estou liberta mas não me consigo mexer. Parei, precisei de ar, precisei andar, Talvez logo, talvez mais tarde.
Poderia ser outro dia, um dia com mais sol, com mais alma. Eu aqui desnuda e fria, como afinal parece que os dias passam. A vida é para os outros , que no meu mausoléu vivo só eu, e só. Poderia acordar e mesmo assim nunca despertar, poderia ser outra, ou não é tudo uma questão de pele.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Há muito que não te sinto a dormir,com o teu jeito de menino. Há muito que não adormeço aninhada no teu colo. Parece que nos perdemos no meio dos nossos lençóis, que apesar da proximidade, a distancia cresce. Eu não quero dormir sem o teu velar, não quero acordar sem o teu respirar. Olha para mim hoje que não temos outro dia, amanhã é tão longe.